
Um estudo recente sobre os principais impactos ambientais da produção de borracha natural tecnicamente especificada alerta para a necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis e para uma gestão mais rigorosa do uso do solo desde o cultivo.
A borracha natural é uma matéria-prima essencial na indústria de pneus, podendo representar até 40% da sua composição. No entanto, os impactos ambientais associados à sua produção, nomeadamente na Tailândia, principal país produtor, continuam pouco quantificados.
O estudo recorreu à metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), do cultivo até à saída da fábrica (cradle-to-gate), e conclui que a produção de borracha natural na Tailândia, especialmente na fase agrícola, concentra os principais impactos ambientais da cadeia de fornecimento para aplicação em pneus, devido ao uso de fertilizantes e ao desmatamento associado, sendo urgente reduzir este impacto.
A fase agrícola revelou-se a mais impactante, sendo responsável por cerca de 94% das emissões de CO₂ eq. e por mais de 90% dos impactos em várias categorias ambientais. O uso intensivo de fertilizantes (azoto, fósforo e potássio) e o desmatamento associado à expansão das plantações de seringueira são os principais fatores de impacto, contribuindo significativamente para a eutrofização, ecotoxicidade e aquecimento global.
Já na fase de fabrico, o consumo de energia, sobretudo eletricidade e combustíveis fósseis como diesel e propano, representa cerca de 80% dos impactos, com destaque para a emissão de gases com efeito de estufa e poluição aquática. A embalagem e o tratamento de águas residuais também têm contributos relevantes.
De acordo com o estudo, e como nota de reflexão, a produção de 1kg de borracha natural emite, em média, 7,5 kg de CO₂ eq..