Para responder a esta questão, a Valorpneu, em conjunto com uma consultora internacional, promoveu um estudo em 2019 que permitiu atualizar o fator ponderal de desgaste dos pneus usados que anualmente são gerados em Portugal.
O desgaste dos pneus entre categorias e dentro de cada categoria depende de múltiplos fatores, não existindo referências universais para o tempo médio de utilização. Efetivamente, os fatores que afetam o desgaste dos pneus dependem de comportamentos de utilização, níveis de manutenção, velocidade e carga transportada, bem como das características do pneu, que passam pela categoria e tipo de pneu, a performance do pneu, o tamanho da jante, o tipo de operação para o qual é utilizado e a posição do pneu ao longo do eixo e ainda de fatores externos, como a temperatura local e o pavimento onde o pneu circula.
O estudo foi realizado com base no levantamento de informação disponível, em inquéritos e entrevistas a agentes pertencentes ao Sistema de Gestão Integrado de Pneus Usados (SGPU), nomeadamente, fabricantes de pneus, comerciantes, distribuidores, retalhistas e recauchutadores, e passou ainda pela realização de ensaios e pesagens às dimensões mais representativas de entre as 14 categorias em que os pneus são agrupados pela Valorpneu.
Com base em informação analisada pela consultora e nas entrevistas aos stakeholders, concluiu-se que o desgaste dos pneus é superior, na sua maioria, ao que vinha sendo considerado pela Valorpneu. O novo fator de desgaste que em média das 14 categorias de pneus se situou em 15,78% em 2019, veio contrapor-se aos 12,5% utilizados até então para a generalidade dos pneus. O desgaste dos pneus varia entre 13,4% para pneus 4×4 e comerciais e 29,2% para pneus da categoria de maciços utilizados em equipamentos de movimentação de cargas e industriais.